terça-feira, 15 de abril de 2008


“O sintoma é força violenta e estranha que obriga o sujeito, tornado sua vítima, a repetir um gesto muitas vezes contrário à coerência racional de uma vida. Um gesto que desagrada também ao próprio sujeito, pois nele há uma discordância discursiva que mostra, numa dupla face, de gozo e sofrimento, o que não anda bem naquela vida. Cada um de nós tem o seu sintoma como marca originária. O sujeito está condenado a repetir este ponto, que muitas vezes o atravanca e não permite que as coisas possam caminhar bem na sua vida, como uma repetição traumática de um traço ignorado por ele mesmo. É algo que diz respeito à sua historicidade. São as coisas que fazemos a despeito de nós mesmos e contra o nosso querer racional. É uma necessidade de se fazer mal. E isso pode ser insuportável quando estamos numa patologia psíquica.”
José Nazar - Psicanalista

Liberdade é pouco.

O que desejo ainda não tem nome...

quarta-feira, 19 de março de 2008


Bem-aventurados os que conseguem não ser normais e se destacar.
Bem-aventurados os que continuam a falar a partir do desejo, depois de esgotada a queixa.
Bem-aventurados os que têm ideais, mas não o levam tão a sério.
Bem-aventurados os que suportam espaços vazios e silêncios, sem enlouquecer.
Bem-aventurados os que saem da culpa e entram na responsabilidade do bem-dizer.
Bem-aventurados os que guiam sua ação por um cálculo coletivo, ou dos pequenos outros e não mais pelo reconhecimento do Outro.
Bem-aventurados os que suportam o encontro, a surpresa, o acaso.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007


Para meu coração basta teu peito...
(Pablo Neruda)

Sabe o que faz você se apaixonar por ele?


Eu sei: é o jeito dele.
O jeito de te beijar e de te saber…
O jeito meio sem graça de sorrir meio ante seu olhar encantado, apaixonado…
O jeito de, constantemente, fazer carinho até mesmo quando está dormindo…
O jeito como pronuncia teu nome e o jeito de te ouvir e de te contar…
E o jeito de te calar.
E o jeito que ainda virá
De como vai te amar e te tomar.
O jeito que te arde e te desatina ao te abraçar…
O jeito como entende e te surpreende…
É o jeito dele que o torna único.
O único homem do mundo inteiro que vai saber o caminho
e, se for sábio, encontrará a chave da morada de um novo ninho.

de india
http://www.prahoje.com.br/india/?p=151

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Luxúria - Isabella Taviani


Dobro os joelhos
Quando você me pega, me amassa, me quebra,
Me usa demais
Perco as rédeas
Quando você demora, devora, implora sempre por mais
Eu sou navalha cortando na carne
Eu sou a boca que a língua invade
Sou o desejo maldito e bendito, profano e covarde
Disfaça assim de mim
Que eu gosto e desgosto, me dobro,
Nem lhe cobro rapaz
Ordene e não peça
Muito me interessa a sua potência, seu calibre e seu gás
Sou o encaixe, o lacre violado
E tantas pernas por todos os lados
Eu sou o preço cobrado e bem pago
Eu sou um pecado capital
Eu quero é derrapar nas curvas do seu corpo
Surpreender seus movimentos
Virar o jogo
Quero beber o que dele escorre pela pele
E nunca mais esfriar minha febre

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Despojamento (Ivo Barroso)


Eliminei o excesso de paisagem
simplifiquei toda a decoração
retirei quadros flores ornamentos
apaguei velas copos guardanapos
e a música

Bani a inutilidade do discurso

Na mesa de madeira
nua
apenas dois pratos
brancos
sem talheres

O banquete será tua presença